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sábado, 29 de janeiro de 2011

O DESCUMPRIMENTO DA LEI, MAIS UM MOTIVO PARA EVASÃO

O interesse pelo estudo é algo que se mostra bastante diferenciado de grupos para grupos dentro de uma mesma região, escola ou comunidade. As motivações que levam as pessoas a sala de aula são as mais diversas, revela-se por conta de uma necessidade motivada ou não pelos pais. Às vezes podemos perceber que algumas pessoas são seriamente influenciadas por outras pessoas no seu direcionamento à escola.
No caso das pessoas que lidam diretamente com a lavoura da cana de açúcar, podemos perceber que não existe um incentivo direto para a instituição escola – criou- se até certo “instinto” para ir – existe apenas, em certos casos, uma necessidade lógica de aprender a ler, contar e escrever, prova disto está na grande evasão registrada a cada ano. Uma questão de prioridade, a escola como algo importante na formação do ser humano.
O processo educacional no Brasil tem um emaranhado muito grande com todo seu aparato estatal, Constituição Federal, Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, mas nada disso garante de uma forma efetiva o direito à educação. conforme coloca Noberto Bobbio (1992, p.10)
Uma coisa é proclamar esse direito e outra é desfrutá-lo efetivamente. A linguagem dos direitos tem indubitavelmente uma grande função prática, que é emprestar uma força particular às reivindicações dos movimentos que demandam para si e para outros a satisfação de novos carecimentos materiais e morais; mas ela se torna enganadora se obscurecer ou ocultar a diferença entre o direito reivindicado e o direito reconhecimento e protegido.
Podemos perceber que as famílias das comunidades onde o modelo de econômico da cana é o maior, não estão motivadas a matricular e manter seus filhos na escola. Os exemplos sociais não são colaboradores da equipe da inclusão escolar. Quando observamos os padrões numéricos de desempregados na região, percebemos que um grande número deles está em pessoas com mais de 18 e menos de 30 anos e eles têm uma formação no ensino médio, o que revela que para existir esperança profissional é necessária uma formação em nível superior, o que leva ao dilema de ter que trabalhar para sobreviver, ou estudar e não ter o que comer, uma vez que é da lavoura da cana de açúcar que tiram seu sustento, seja ele adulto adolescente ou criança; O coronelismo, tanto no cenário social, como no cenário político impera nessas regiões, deixando as pessoas desempregadas atreladas ao poder político dos dominantes que gastam fortunas para ter o poder político nas mãos, a barganha é feita tanto no cenário político maior quanto na troca por votos, deixando essas pessoas a mercê de suas vontades, que às vezes são as mais loucas possíveis.
A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) em seu artigo 22, § 2º diz que o sistema de ensino deve atender o calendário de uma forma especial de maneira que atenda as particularidades da região de forma que não ocorra prejuízo nas horas letivas. Diante disso podemos fazer uma leitura de que existem várias possibilidades e criar hipóteses como as motivações que levam a agir desta maneira. Podemos considerar como primeira hipótese e mais crítica, quando os sistemas de educação simplesmente ignoram a estrutura legal, para atender a anseios alheios a educação; Como segunda hipótese observamos a falta de motivação para atendes e resolver os problemas de maneira sustentável, criando expectativas dentro do processo de ensino.

EDIÇÃO E PUBLICAÇÃO:
ANTONIO DE SOUZA JÚNIOR
PROFESSOR DO ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E SUPERIOR
ESPECIALISTA EM ENSINO DE HISTÓRIA
MESTRANDO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO


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